Bom dia à organização do evento, colegas analistas de sistemas, professores, convidados e, claro, colegas da primeira turma de cientistas de dados a entrar na Petrobras. É uma honra dividir esse momento com todos vocês hoje.

E quem diria, hein? Já parou pra pensar, cientista de dados? Você consegue se lembrar desse mesmo dia há um ano atrás? Como estava sua rotina, quais eram seus sonhos, suas perspectivas, seus medos? Muitos de nós nem sequer trabalhavam com ciência de dados. Pra uns era só um hobbie ou uma ferramenta a mais no emprego, no mestrado, doutorado. Muitos também não tinham a ideia da grandeza e da importância da Petrobras. Éramos trinta e quatro nerds espalhados pelo Brasil com um único traço em comum: a paixão pelos dados.

E no dia 15 de dezembro de 2021, essas trinta e quatro vidas começam a mudar. É uma mudança lenta. Você nem imaginava que isso podia acontecer porque… Nunca tinha acontecido! É a primeiríssima vez que a Petrobras abre esse concurso. Você pode demorar pra perceber a existência da oportunidade, e depois o tamanho da oportunidade. Como dosar seu nível de confiança? Você lê o edital e pensa “essa vaga foi feita exatamente pra mim”, mas depois lembra que ela é aberta pra qualquer graduado do Brasil. É tanta coisa que não deixa a gente ficar totalmente seguro: oito mil concorrentes, síndrome do impostor ou só mesmo a humildade de saber que nem sempre dá pra conseguir. Mas dessa vez você vai conseguir.

Confia. Estuda e vai tranquilo no dia 20 de fevereiro. A prova pode vir cheia de erros ou o prédio pode ameaçar rachar e cair na tua cabeça, mas você vai passar. Pra que tanta ansiedade com esse Olho na Vaga? Larga esse celular! Quando sair o gabarito, não leva tão a sério porque vão ser 11 questões anuladas. No dia das notas, nada de ansiedade porque só saem às 18:46. E quando saírem e você fizer aquela ordenação extra-oficial marota, vai finalmente ficar claro que sua chance de entrar é de fato muito grande.

Mas chance ainda é só uma chance e é preciso passar por meses tensos de avaliação multiprofissional, heteroidentificação, resultado final, convocação, aprovação de documentos, exame médico e assinatura de contrato. E mesmo depois de entrar, mais dúvidas: e esse curso de formação? O que a gente vai aprender? Tem álgebra linear? Será que as provas vão ser muito difíceis? Onde a gente vai trabalhar? Como vão ser as vagas? Os gerentes? As entrevistas? E o resultado das vagas, sai ou não sai?

Resumindo: se tem uma palavra que representa o que foi esse processo pra muitos de nós, essa palavra é imprevisibilidade. Uma ironia pra nós que somos habituados a querer prever tudo!

E claro que essa imprevisibilidade não podia nos abandonar agora, né?

Neste momento de celebração de fins e começos, até a nossa identidade se torna algo imprevisível. Quem é você? Quem é o cientista de dados da Petrobras?

É difícil nos definir quando cada gerência e cada um de nós alimenta expectativas diferentes frente a um universo tão rico de possibilidades. Somos engenheiros, cientistas da computação, médicos, arquitetos, economistas, matemáticos, químicos, físicos, geógrafos, oceanógrafos, nanotecnólogos, estatísticos e internacionalistas que vão trabalhar com exploração, elevação e escoamento, contratos, logística, gestão de ativos, engenharia digital, conformidade, governança societária, privacidade, comercialização e gestão de projetos. Já pararam pra pensar no quanto isso é bonito? Como primeira turma vamos ter a oportunidade de moldar nossas identidades profissionais enquanto moldamos a identidade da ciência de dados na companhia como um todo. Escrevemos trinta e quatro histórias belíssimas pra chegar até aqui e suas continuações vão contribuir pra transformar a maior empresa do Brasil na referência em tecnologias digitais e inteligência corporativa que ela almeja e merece ser.

Obrigada.